No universo corporativo, a figura do stakeholder é fundamental importância para a existência e o desempenho saudável de uma empresa. Sem ele nenhuma empresa existiria no mercado, uma vez que toda companhia é composta por um grupo variado de pessoas possibilitam sua sobrevivência.
Como conjuntos de pessoas que exercem algum tipo de influência dentro ou fora de uma organização, os stakeholders podem ser categorizados nos seguintes grupos de interesse: funcionários, acionistas, consumidores, fornecedores e órgãos governamentais.
Embora todas as partes interessadas sejam importantes, frequentemente surgem divergências em suas demandas e prioridades, como a busca pela maximização dos lucros pelos investidores e a exigência de maiores salários pelos colaboradores. Conciliar expectativas aparentemente antagônicas pode ser um grande desafio para a gestão empresarial.
Nesse contexto, muitos líderes ainda apegam-se à antiga crença nos trade-offs ou lógica da soma zero, ignorando a possibilidade de gerar relações ganha-ganha ou wins para todos os envolvidos. A maioria parece não compreender que “administrar para as partes interessadas não tem nada a ver com pensar em trade-offs, mas com utilizar a inovação e o empreendedorismo para levar os principais stakeholders à melhor situação possível e fazer seus interesses convergirem para uma mesma direção” (FREEMAN et al., 2007).
Evitar atritos no sistema empresarial, portanto, só é possível quando todos os stakeholders estão alinhados em prol dos mesmos objetivos e movem-se harmonicamente em busca deles, com criatividade e compromisso. No Whole Foods Market, por exemplo, as pessoas são simultaneamente colaboradoras e clientes da companhia – fato estimulado pela concessão de descontos de até 30% para funcionários. Muitos consumidores, por sua vez, só começaram a trabalhar no Whole Foods Market por já serem clientes satisfeitos e admiradores da marca. Há também vários casos de funcionários que também são acionistas, já que recebem opções de ações como parte da remuneração.
A interação entre a criação e a apropriação de valor assegura ganhos de sinergia para a empresa; para isso, no entanto, é necessário abandonar de vez a dicotomia entre criar valor e apropriar-se do valor. Ao estabelecer esse modelo de integração e interdependência de seus stakeholders, o Whole Foods coloca essa estratégia em prática com excelência, reunindo esforços de diversos agentes em torno do mesmo propósito e valores centrais.
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Referências:
R. Edward Freeman, Jeffrey S. Harrison e Andrew C. Wicks, Managing for stakeholders survival, reputation and success (New Haven: Yale University Press, 2007).
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