A cultura como agente de transformação
Você sabia que cada trabalho possui um valor cultural intrínseco? Qual é o valor cultural do seu e por que isso importa?
Em um bate-papo envolvente e inspirador com o estilista mineiro Ronaldo Fraga, descobrimos que, para ser relevante no mundo pós-pandemia, um produto/serviço deve ser muito mais do que um mero bem de consumo. Para atrair e cativar as pessoas, ele precisa representar um manifesto de autenticidade, um gesto genuíno de identidade, entrega e sentimentos.
Nesse sentido, a cultura atua como um agente socioeconômico transformador e propulsor, capaz de mudar realidades a partir de aspectos subjetivos, como memória e afetividade. O senso de propósito e a paixão por aquilo que se faz é o que cria de fato uma marca e deixa a sua digital impressa nela.
O Brasil e o mundo hoje vivem um momento extremamente difícil, uma crise econômica sem precedentes, e agora mais do nunca fica claro que a única saída existente é por meio da cultura. O viés cultural, ao contrário do que muitos imaginam, não representa uma superficialidade, mas sim um fator crucial em cenários adversos.
“Mostrar o valor do trabalho de uma pessoa para todos e, principalmente, para ela mesma, é o mais nobre fruto da consciência cultural nos negócios”, destaca Renata Livramento, colíder da filial de Minas Gerais do Capitalismo Consciente.
O resgate de valores essenciais na pandemia
A pandemia de fato exacerbou algumas questões que muitas vezes “empurrávamos para debaixo do tapete”, como a desigualdade social e a consciência ambiental.
“Embora as gerações mais novas já tenham um olhar um pouco mais consciente para esses problemas, ainda há muitos desvios e distrações nesse processo, ocasionando impessoalidade, consumo desenfreado e ostentação”, adverte Francine Póvoa, também colíder da filial regional mineira do Capitalismo Consciente.
“A economia compartilhada e sustentável fica linda no discurso, mas costuma ser bastante desafiador mesmo para os mais jovens colocá-la em prática. Ao comprar um vestido novo para usar na balada, uma adolescente dificilmente vai se preocupar com a sua procedência – se envolve trabalho escravo ou degradação ambiental; aplica-se a máxima ‘o que os olhos não veem o coração não sente’”, explica o estilista Ronaldo Fraga.
Contrariando a crença de muitos, porém, pequenas e grandes escolhas estão disponíveis para todos, desde o CEO de uma gigante corporativa até o microempreendedor individual, e dos consumidores mais abastados às pessoas mais simples.
Embora os tempos de pandemia despertem gatilhos de angústia e ansiedade em todos nós, devemos nos esforçar para enxergar um lindo horizonte adiante, que pode e deve ser criado com base em novas reflexões e atitudes.
O consumo, o que você põe dentro da sua casa, é um dos principais pontos de partida dessa postura de renovação.
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