Por Capitalismo Consciente
“O ego é um iceberg. Derreta-o. Derreta-o com amor profundo, para que ele desapareça e você se torne parte do oceano.” Osho
Consumir é necessário, porém deve ser uma atividade consciente e salutar, como tantas outras que fazem parte do nosso cotidiano. A questão, portanto, não é se devemos comprar, mas sim como se tornar um bom consumidor. Pensando nisso, o Instituto Capitalismo Consciente Brasil relaciona a seguir sete motivações e ideias práticas para transformar impulsos consumistas irracionais em decisões equilibradas e conscientes.
1. Checklist do consumidor
Quer comprar algo, mas está na dúvida se é o momento certo? Antes de se decidir por qualquer compra, faça a si mesmo as seguintes perguntas:
Eu realmente preciso desse produto?
Eu realmente vou usar esse produto?
Tenho dinheiro suficiente para fazer essa compra sem me endividar?
Esse produto é fabricado e distribuído por empresas responsáveis – ambientalmente e socialmente?
2. Antes de fazer qualquer compra, tente o combo: um tempo para pensar, uma voltinha, um cafezinho
Trata-se de um exercício simples, mas extremamente eficiente anticompra-por-impulso: entre na loja, separe o que gostou, peça para o vendedor segurar o produto na reserva e suma por um tempo.
Caminhe um pouco, pense sobre o produto, faça contas, tome um café, converse com outras pessoas... Se após essa pausa raciocinada a compra continuar fazendo sentido, talvez realmente valha a pena.
3. Compre apenas quando estiver se sentindo preenchido, amado e reconhecido
Você precisa mesmo de uma compra, ou de um abraço, um colo, um descanso, umas férias? Esqueça a lenda da “shopping-terapia”: curar nossos vazios e carências com conexões humanas reais, atenção e carinho é o que realmente funciona e importa.
É fundamental cuidar mais de si mesmo do que das coisas. Estabelecer laços internos e com as pessoas ao nosso redor, e não com produtos, representa de fato substituir consumismo por humanidade.
4. Compre MENOS
A produção e o consumo de itens de moda cresceram exponencialmente nas últimas décadas. Nos Estados Unidos, as pessoas passaram a comprar 400% mais do que há vinte anos; anualmente, 150 bilhões de peças de vestuário são produzidas ao redor do mundo, enquanto um americano médio sozinho joga fora aproximadamente 36 quilos de têxteis – no entanto, não existe realmente “jogar fora”, já que “fora” ainda é no planeta.
A maioria de nós reconhece que compra mais do que precisa e não usa adequadamente tudo o que possui. Essa falsa-facilidade precisa urgentemente ser sobreposta pelo hábito de consumir menos e melhor, cuidar para fazer durar mais e questionar a real necessidade de cada compra feita. E se a gente tivesse só que o ama e realmente usa? E se exercitássemos mais a criatividade para utilizar de formas diferentes o que já temos? A natureza – e o bolso – agradecem.
De acordo com o Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, o percentual de compradores compulsivos no Brasil é estimado em 5% da população – a maioria, do sexo feminino. Grande parte dessas pessoas está totalmente endividada, implicadas com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e sem qualquer perspectiva de quitar seus empréstimos com instituições de crédito, bancos ou agiotas (SP Gov, 2015).
5. Compre direto de quem faz
Conhecer quem produz o que a gente usa é uma experiência muito mais pessoal e enriquecedora. Trata-se de uma valiosa oportunidade para conversar e descobrir motivações, compreender técnicas e saber por que cada material foi escolhido, além de acrescentar significado autêntico a cada detalhe da mercadoria.
6. Compre perto de você
Comprar de comerciantes vizinhos é uma forma simples de incentivar, valorizar e dar suporte à cultura local. Consumir produtos locais, fabricados onde a gente vive ou está, também costuma significar pagar um valor mais justo por materiais de melhor qualidade e com menos deslocamentos desnecessários.
7. Não compre quando for impossível rastrear onde e como os itens foram produzidos
Para melhorar nossas escolhas, é importante considerar várias hipóteses antes de consumir:
O que estou comprando distribui bem o dinheiro ao longo da cadeia de produção?
A produção é própria/interna ou terceirizada?
A matéria-prima usada é supermanipulada industrialmente? Há excesso de produtos/processos químicos ou tóxicos?
Os produtos exigem transporte de longe?
Vêm com muita embalagem ou apenas o essencial?
Têm valor social, ou seja, beneficiam as comunidades de onde são fabricados?
REFERÊNCIA
⦁ SP Gov, 2015. Ambulatório do HC atende pessoas com compulsão por compras. Disponível em: https://www.saopaulo.sp.gov.br/ultimas-noticias/ambulatorio-do-hc-atende-pessoas-com-compulsao-por-compras/ Acesso em: 15/12/2020.
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