por Ricardo Klein*
Neste início de março a Edelman, uma das mais conceituadas consultorias do mundo, publicou a 21ª edição do seu consagrado estudo Trust Barometer.
Trata-se de um projeto de alcance global, envolvendo 28 países (Brasil incluído) e mais de 30.000 pessoas pesquisadas. Em linhas gerais, o estudo analisa o grau de confiança que a população deposita em diferentes setores que impactam nossas vidas: governos, empresas, ONGs e também a imprensa.
O momento é desafiador para os verdadeiros líderes
A pandemia acendeu radares em diferentes esferas e muita coisa tem sido colocado em xeque. Há uma desconfiança generalizada não só nas instituições, mas também no papel dos líderes em todo o mundo.
Nenhum dos atores sociais pesquisados vive um bom momento. Líderes governamentais, corporativos, jornalistas e até religiosos estão sob o olhar atento da comunidade e tiveram queda nos respectivos indicadores de confiança. A credibilidade dos CEOs está em baixa tanto em países em desenvolvimento, como Brasil e Índia, quanto em países como Japão e França.
Ao mesmo tempo, é justamente no setor privado onde estão depositadas as maiores fichas para a mudança de direção. Sendo percebidas como as mais confiáveis entre as instituições avaliadas, é clara a expectativa para que as empresas assumam um papel cada vez mais relevante na sociedade.
Quando as empresas trabalham os pilares do Capitalismo Consciente
Se imaginarmos o potencial de ação e mobilização que estas empresas têm quando pautadas por princípios éticos e de valores compartilhados, os resultados são muito positivos.
Nesta hora é impossível não conectar com os quatro pilares do Capitalismo Consciente e a maneira como eles impactam concretamente não só a gestão dos negócios, mas também a troca entre os diferentes setores e pessoas.
Vale aqui um parêntese rápido para trazer outra pesquisa que cada vez ganha mais força - Empresas Humanizadas - e os resultados conquistados por empresas com atitudes mais humanas.
Fazer o bem gera resultados superiores e estou falando não só no contexto social, mas também no contexto financeiro e no retorno sobre o investimento. Os números são fatos e fatos a gente dificilmente contesta.
Líderes, o momento é agora
Voltando ao estudo da Edelman, um dos capítulos que mais me chamou foi sobre a crise na liderança. Sim, existe um capítulo só para debater esta questão.
A pandemia fez ascender líderes que tem feito a diferença. Líderes que saíram de trás de suas mesas, arregaçaram as mangas e claramente se posicionaram em meio ao caos. Com atitudes concretas e exemplos diários são líderes que deixam suas marcas. Uma das mais emblemáticas no Brasil, e não é de hoje, tem sido a Luiza Helena Trajano.
O estudo traz dados que nos levam a uma importante e, porque não, obrigatória reflexão.
O que esperar dos líderes atuais? Como eles podem fazer a diferença quando tudo parece fora de controle?
“As expectativas elevadas de negócios trazem aos CEOs novas demandas para se concentrarem no engajamento social com o mesmo rigor, consideração e energia usados para gerar lucros” é dito em determinado trecho do estudo.
Dada a inoperância do poder público, o que se espera de líderes e CEOs não é mais o papel coadjuvante.
Verdadeiros líderes conscientes são agentes de uma mudança necessária não só no Brasil, mas no Mundo. Grandes nações carecem de líderes que possam fazer a diferença.
Chegou a hora de se expor, saindo das trincheiras e assumindo um protagonismo maior. É momento de se posicionar, de ser o guia que aponta o caminho e ajuda a atravessá-lo. É ser o farol para uma nova geração.
O momento é agora!
Fontes
Edelman Trust Barometer 2021 - https://www.edelman.com/trust/2021-trust-barometer
Instituto Capitalismo Consciente Brasil - www.ccbrasil.cc
Empresas Humanizadas - www.humanizadas.com
*Ricardo Klein é Líder na BeOnBoard e Embaixador Certificado do Capitalismo Consciente.
Comments